sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O anão

O anão



O nevoeiro da noite ainda não se tinha levantado e tudo estava envolvido numa grande nuvem branca e suspensa. As árvores pareciam flutuar e o fundo dos caminhos não se via. O ar estava maravilhosamente perfumado a Outono, a maçã e a alecrim.
Saltando e correndo Isabel dirigiu-se para o pequeno bosque. Ia tão apressada que nem se lembrava de comer o pão que tinha na mão. Ia cheia de curiosidade e de medo pois temia que alguém tivesse destruído a sua obra.
Mas quando chegou em frente do velho tronco sorriu de alegria. A casa estava intacta com o telhado de casca de plátano muito bem coberto de musgo e aporta de cana muito bem fechada. E tinha um ar extraordinariamente sossegado e confortável.


Isabel ajoelhou-se no chão e com muito cuidado abriu a porta.

Aquilo que viu deixou-a imóvel, muda, com a borca aberta, com os olhos esbugalhados e as mãos erguidas e abertas no ar.

Durante alguns momentos o seu espanto foi tão grande que nem se podia mexer, nem podia pensar no que via.

Depois, devagar, esfregou os olhos. Abriu-os muito e murmurou:

- Estou a sonhar!

Pois dentro da casa tinha acontecido uma coisa extraordinária e incrível:


Em cima da cama estava deitado um verdadeiro anão.

Esse anão dormia. E dormia tão profundamente que até ressonava. A sua cara era vermelha como um morango e as pontas da sua longa barba tocavam no chão.

No meio do seu espanto Isabel sentia uma grande alegria e uma grande ternura. Pensando bem que durante toda a sua vida tinha estado sempre à espera daquele anão. Encontrá-lo agora, ali, era uma coisa extraordinária mas também muito simples.

Mediu-o com o olhar e calculou que ele devia ter exactamente um palmo de altura.

Os anões ainda são mais pequenos do que eu imaginava – penaou ela. Apetecia-lhe acordá-lo pois tinha a maior curiosidade de saber se ele falava e em que língua. Pensou chamar baixinho por ele:


- Senhor anão!

Mas teve medo de o assustar. E resolveu esperar que ele acordasse.


Passado muito tempo, mas ainda no mesmo dia, ela resolver almoçar porque já passava da hora. No caminho para casa, muito perto da sua obra, ela tropeçou, fez barulho e o anão ouviu e acordou mas Isabel não deu conta.

Depois do almoço, quando voltou, o anão já lá não estava. Então, foi procurá-lo pelo bosque.


O anão estava escondido atrás de um castanheiro no lado direito da casa. Como era curioso esticava-se todo para ver melhor a menina. De repente, caiu um ouriço com uma castanha lá dentro mesmo aos pés dele. O anão assutou-se e quando ia para fugir, tropeçou numa raiz e catrapum.

Isabel ouviu, virou-se, deu de caras com o anão e começaram-se os dois a rir à gargalhada.

Ficaram grandes amigos para sempre.




Manuel Costa, 4º ano, Outubro de 2007

2 comentários:

Dinis Costa disse...

Uma boa história, sim senhor...
Inventada por um menino do 4º ano.
Continua a inventar essas histórias engraçadas.

MUITO BEM !!!

são branca disse...

Também gostei muito da história do anão. Parabéns!