segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Chegou o Outono

As folhas caem,
As andorinhas partem,
A escola começa
E o frio regressa.

O Outono começa,
Quando acaba o Verão,
Até então pouco chove,
Pouco chove até então.

Esta estação é calma,
Além disso é sossegada,
Há muitas folhas no chão,
Nesta época sagrada.

Nesta estação sagrada,
Há o dia de São Martinho,
Vendem-se castanhas assadas,
Pela rua, num carrinho.
Dinis Costa * 11/2009
Vendedor do prémio "Poesia de Outono"

O Natal

O Natal

No trenó do Pai Natal,
Estão Rodolfo e as outras renas,
Que vêem do Pólo Norte,
Para entragar as prendas.

A época natalícia,
É muito familiar,
O no dia de Natal,
Este vão festejar.

Come-se bacalhau,
Na véspera de Natal,
Nesse jantar de família,
Tradicionalmente anual.

A árvore de Natal,
Faz-se tembém em família,
E todos os anos é enfeitada,
Com a máxima alegria.

Dinis Costa * 12/2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

Para quem quiser, estão aqui partituras de standards de jazz, com cifras.






quinta-feira, 30 de abril de 2009

Um desafio de escrita creativa

E agora, que tal um desfio?
Continuem este conto, se se atreverem...


O azeiteiro e o burro

Dois estudantes encontraram, numa estrada, um azeiteiro com um burro carregado de bilhas de azeite. Os estudantes estavam sem dinheiro; por isso, decidiram roubar o animal. Enquanto o pobre homem seguia o seu caminho, um deles tirou a *cabeçada do burro e colocou-a no pescoço. O outro estudante fugiu com o animal e a carga. De repente, o azeiteiro olhou para trás e viu um rapaz em vez do burro.

Nesse momento, o estudante exclamou: «Ah! senhor, quanto lhe agradeço ter-me dado uma pancada na cabeça! *Quebrou-me o encanto que durante tantos anos me fez ser burro!...» O azeiteiro tirou o chapéu e disse-lhe: «Afinal, o meu burro estava enfeitiçado! Perdi o meu *ganha-pão! Peço-lhe muitos perdões por tê-lo maltratado tanta vez - mas que quer? - o senhor era muito teimoso!»

- Está perdoado, bom homem! - disse o estudante. O que lhe peço é que me deixe em paz.

O pobre azeiteiro lamentou-se porque já não podia vender o azeite. Então, foi pedir dinheiro a um compadre para ir à feira comprar outro burro. Quando lá chegou, viu um estudante a vender o seu burro. O azeiteiro pensou que o rapaz se tinha transformado, outra vez, num animal! Aproximou-se do burro e gritou com toda a força: «Olhe, senhor burro, quem o não conhecer que o compre».

Conto Tradicional Português recolhido por Adolfo Coelho

segunda-feira, 23 de março de 2009

Instrumentos musicais chineses

Instrumentos musicais chineses



pipa


orgão de boca

sino

flauta


(violino chinês)

terça-feira, 17 de março de 2009

Desafio de Escrita Criativa

Num encontro com uma escritora, chamada Rita Vilela, na escola, ela lançou-nos um desafio: continuar uma história. A parte escrita por nós aparece a roxo.

As duas luas tocaram-se no céu. Era a hora marcada para o encontro. A anciã olhou em volta, constatando mais uma vez que a enorme clareira estava vazia.Todos tinham sido avisados, o assunto era da maior importância... porque não aparecia ninguém?
E então eles começaram a chegar, cada um trazendo um relato diferente sobre as dificuldades e os perigos que tinha enfrentado para chegar até ali.
Uns falavam muito, outros quase nada...


Uns gémeos roxus desculparam-se com uma história quase fictícia:
-Quando passámos pelo território sangui, os anciões pareciam possuídos pelo diabo. Estávamos muito bem a passar numa cidade comercial, quando um habitante nos tirou o capuz que escondia a cor do nosso cabelo. Entretanto, chamaram “reforços”. Utilizámos alguns dos nossos feitiços de defesa e fugimos para o meio da floresta. Estávamos a descansar, sentados numa pedra quando chegaram os guardas sangui.

Desta vez, embora tentássemos escapar, os nossos poderes não nos serviram de nada.
-E imaginem, tentaram seduzir-nos à escravidão! E matar-nos, entquanto tentávamos fugir pela primeira vez. Mas, passadas umas horas, um outro roxu que passou, disfarçado, ajudou-nos a fugir. Mas não foi só isto... os sangui vieram atrás de nós, mas fugimos numa quimera, que invocámos. Quando pensávamos que já estávamos a salvo, os sangui montaram os seus grifos e começou a perseguição. A diferença era que eles tinham armas e a nós só nos restavam alguns feitiços e a esperança de que a quimera aguentasse. Finalmente, despistámo-los ao pé das fronteiras montanhosas. Em seguida, tratámos da quimera, que estava ferida e dirigimo-nos aqui.



A posição das luas, já perto do solo, indicava que o dia não tardaria a nascer. Cada momento contava, agora... Não poderiam permanecer reunidos por muito mais tempo. O grupo dispersou.
De novo sozinha, a anciã reflectiu sobre o que se passara nessa noite. Todos aqueles atrasos não podiam ser coincidência. Os deuses não deveriam desejar que se tomassem medidas. Cabia-lhe a ela decidir o que fazer: respeitar a vontade deles... ou tentar, apesar de tudo.

Dinis Costa / Jaime Henriques
E.B.I de São Bruno

Descurso «I have a dream»

DISCURSO “I HAVE A DREAM / TENHO UM SONHO”


Há mais de cem anos, um grande Americano, cuja simbólica sombra nos cobre, assinou a Proclamação da Independência. Este decreto foi como um farol de esperança para milhões de escravos negros, tocados pelas chamas da injustiça. Foi como um alegre raiar do dia no final de uma longa noite de cativeiro. Mas cem anos mais tarde temos de encarar o facto de que o Negro ainda não é livre.

Cem anos mais tarde, a vida do Negro ainda está tristemente entrevada pelas amarras da segregação e pelas correntes da discriminação. Cem anos mais tarde, o Negro vive numa triste ilha de pobreza, no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o Negro ainda definha nas margens da sociedade americana e encontra o exílio na sua própria terra.

Por isso viemos aqui hoje para mostrar o dramatismo de uma situação chocante. Num dado sentido, podemos dizer que viemos descontar um cheque à capital da nossa nação. Quando os arquitectos da nossa república escreveram as maravilhosas palavras da Constituição e da Declaração da Independência, estavam a assinar uma promissória que obriga todo o americano.

Esta promissória era a promessa de que a todos os homens seriam garantidos os direitos inalienáveis da vida, da liberdade e da busca da felicidade. É óbvio que hoje a América falhou no cumprimento dessa promissória no que diz respeito aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar essa obrigação sagrada, a América deu ao povo Negro um cheque sem cobertura, que foi devolvido com a indicação de "não ter fundos suficientes". Mas recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça esteja na bancarrota. Recusamo-nos a acreditar que não há fundos suficientes nos grandes cofres da oportunidade desta nação.

Por isso viemos descontar este cheque - um cheque que nos dará as riquezas da liberdade e a segurança da justiça. Também viemos a este local sagrado para recordar a América da urgência do agora. Não é tempo para aceitar o luxo do esmorecer ou de tomar a droga tranquilizante do gradual. Agora é o tempo de nos erguermos do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial. Agora é o tempo de abrir as portas da oportunidade a todos os filhos de Deus. Agora é o tempo de libertar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial e alcançar as rochas sólidas de fraternidade.

Seria fatal para a nação ignorar a urgência do momento e subestimar a determinação do Negro. Este Verão abrasador do descontentamento legítimo do Negro não passará até chegar o Outono revigorante da liberdade e da igualdade. 1963 não é um fim, mas um princípio. Aos que esperam que ao Negro bastasse descomprimir e que agora se irá contentar espera-os um rude acordar, se a nação regressar às tarefas do dia-a-dia. Não haverá descanso ou tranquilidade na América até que ao Negro sejam garantidos os seus direitos de cidadania.

Os turbilhões da revolta continuaram a abalar as fundações da nação até que nasça o dia claro da justiça. Mas há algo que tenho de dizer ao meu povo que está no morno limiar da porta que leva ao palácio da justiça. No processo de alcançarmos o lugar que nos é devido, não podemos ser culpados de actos errados. Não procuremos saciar a nossa sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio.

Temos de conduzir sempre a nossa luta no plano elevado da dignidade e da disciplina. Não podemos deixar que a criatividade do nosso protesto degenere em violência física. Uma e outra vez temos de nos levantar às alturas em que a força da alma combate a força física.

Esta maravilhosa nova militância que envolveu a comunidade Negra não nos pode levar à desconfiança de todos os brancos, pois muitos dos nossos irmãos brancos, como se pode ver pela sua presença aqui, hoje, já se aperceberam de que o seu destino está ligado ao nosso destino e que a sua liberdade está inextricavelmente ligada à nossa liberdade.

Não podemos caminhar sozinhos. E ao caminharmos, temos de fazer o juramento de caminharmos para a frente. Não podemos voltar atrás. Há os que perguntam aos lutadores pelos direitos civis: "Quando é que estarão satisfeitos?", nunca poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com o esforço da caminhada, não possam alojar-se nos motéis das estradas e nos hotéis das cidades. Não podemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do Negro for ir de um ghetto pequeno para um maior.

Nunca poderemos estar satisfeitos enquanto um Negro do Mississippi não puder votar e um Negro de Nova Iorque acreditar que não tem em quem votar. Não, não estamos satisfeitos, e não estaremos satisfeitos enquanto a justiça não correr como a água e a integridade não correr como um poderoso rio.

Não ignoro que muitos de vós vieram aqui com grandes dificuldades e tribulações. Alguns de vós acabaram de sair de celas estreitas. Alguns de vós vieram de locais onde a vossa busca pela liberdade vos deixou abatidos pelas tempestades das perseguições e arrasados pelos ventos da brutalidade policial. Vós fostes os veteranos do sofrimento criativo. Continuai a trabalhar com a fé de que o sofrimento injusto é redentor.

Voltai para o Mississípi, voltai para o Alabama, voltai para a Geórgia, voltai para o Louisiana, voltai para os ghettos e os pardieiros das nossas cidades do Norte, sabendo que, de algum modo, esta situação pode mudar e mudará. Não entremos no vale do desespero. Digo-vos hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um sonho que tem raízes fundas no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se erguerá e viverá a verdadeira altura do seu credo: "Cremos que estas verdades são evidentes: todos os homens são iguais".Eu tenho um sonho que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos donos de escravos se sentarão juntos numa mesa de fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, mesmo o Estado do Mississípi, um Estado-deserto, queimado pelo calor da injustiça e da opressão, se transformará num oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que um dia os meus quatro filhos viverão numa nação onde não serão julgado pela cor da sua pele, mas pela força do seu carácter.
Eu hoje tenho um sonho.
Eu tenho um sonho que um dia, o Estado do Alabama, onde os lábios do governador deixam presentemente pingar as palavras da interposição e da anulação, se transformará numa situação em que os rapazinhos e as raparigas negras poderão dar as mãos a rapazinhos e raparigas brancas, e caminharão juntos como irmãos.
Eu hoje tenho um sonho.
Eu tenho um sonho que um dia cada vale se elevará e cada colina e montanha se aplanará, os locais agrestes serão alisados e os locais tortuosos serão endireitados, e a glória do Senhor se revelará, e todos o verão.
Esta é a nossa esperança.
Esta é a fé com que regressarei ao Sul.
Com esta fé transformaremos a montanha do desespero numa pedra de esperança.
Com esta fé transformaremos o desafinar de uma nação numa bela sinfonia de fraternidade.
Com esta fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, erguer-nos pela liberdade juntos, sabendo que um dia seremos livres.
Esse será o dia em que todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado: "Meu país, é tua, doce terra da liberdade, eu te canto. Terra onde os meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos, que, de cada lado da montanha, ecoe a liberdade". E se a América tiver de ser uma grande nação, isto terá de se tornar verdade. Por isso, que a liberdade ecoe do alto cume das colinas de New Hampshire.
Que a liberdade ecoe das poderosas montanhas de Nova Iorque.Que a liberdade ecoe das montanhas Alleghenies, da Pensilvânia!Que a liberdade ecoe das Rockies, as montanhas nevadas do Colorado!
Que a liberdade ecoe dos picos da Califórnia!Mas não basta: que a liberdade ecoe da Stone Mountain da Geórgia!
Que a liberdade ecoe da Lookout Mountain, do Tennessee!Que a liberdade ecoe de cada colina e cada elevação do Mississípi.Que, de cada lado da montanha, ecoe a liberdade.Quando deixamos ecoar a liberdade, quando a deixamos ecoar de cada vila e de cada aldeia, de cada Estado e de cada cidade, apressamos o dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, darão as mãos e cantarão o antigo espiritual negro: "Finalmente livres! Finalmente livres! Obrigado, Deus Todo Poderoso, somos finalmente livres!".


Martin Luther King, Discurso proferido nos degraus do Lincoln Memorial, em Washington D.C., a 28 de Agosto de 1963

“O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem carácter nem dos sem ética.
O que mais me preocupa é o SILÊNCIO DOS BONS!”